Quem trabalha longe de casa tem que testar todos as opções de itinerário e todos os meios de transporte pra ver o que é mais tranquilo, né?
Como eu moro em Niterói e trabalho na Barra, eu faço parte desse grupo de pessoas que sofre diariamente no trânsito do Rio. Fora o fato de chegar atrasada várias vezes por conta dos acidentes na Ponte e na Linha Amarela, normalmente eu chego no trabalho com ar de final de dia. Suada, suja, amassada, com muito calor, descabelada, cansada e, claro, de mau-humor.
Alegria de pobre é quando lançam um ônibus novo que faça um caminho diferente. Se eu pensar por este lado, o ano começou muito bem pra mim. Logo nas primeiras semanas de janeiro, eu vi um ônibus da integração do metrô circulando por aqui, mas pensei: “Ah, dá muito trabalho. É mais baldeação e vou acabar tendo que pegar barca, que é lenta, cheia e demora muito”.
Só que logo depois desse dia, acabei pegando esse ônibus porque estava atrasada para a pós e, para a minha surpresa, acabei chegando muito mais cedo do que o normal. Pensei: “Beleza! Vou pegar esse ônibus direto agora e vou chegar rapidão no trabalho e, como vou no sentido contrário, vou chegar limpa, perfumada, penteada e de bom-humor!”.
No dia seguinte, eu, espertamente, acordei cedo e fui para a estação da Cidade Nova, que é linda, por sinal. Não ando de metrô todos os dias, mas já usei várias vezes esse meio de transporte para ir às minhas aulas de Flamenco, em Ipanema. Fora isso, se eu tirei de letra o metrô de Madri que tem 13 linhas, esse do Rio, com duas, é ridículo de fácil!
Olha a diferença (a do Rio é a de baixo, embora esteja em espanhol também!):
Entrei no metrô, sentei, abri meu livro e fui embora, pensando: “Rá... agora é só esperar chegar no final e pegar o ônibus da integração”. Eu tava crente, crente que a estação em que eu ia descer era a estação final. Ledo engano.
Comecei a notar que estava demorando muito pra chegar ao Nova América e que eu estava passando por uns lugares tão estranhos (o metrô da linha 2 é quase todo na superfície. Dá pra ver tudo). Até que eu resolvi olhar a plaquinha com o itinerário da linha e vi que eu já tinha passado umas cinco estações do Nova América e que eu estava quase na verdadeira estação final, na PAVUNA!!!!
Saí correndo do trem e peguei o sentido oposto, L-O-T-A-D-O!!!! Eu sou muito patinha pra essas coisas mesmo! Saí na estação certa e fiquei prestando atenção nas placas de saída pra saber pra que lado eu deveria seguir. Estava tão concentrada nas placas que, ao invés de sair na roleta de saída, tentei passar pela roleta de entrada. Comecei a gargalhar de mim mesma, igual a uma louca, e segui para a roleta certa. Na hora de atravessar a passarela, acabei entrando no Shopping ao invés de descer na rua!
Não, ainda não acabou! Depois disso, saí correndo a passarela pra pegar o ônibus e nem reparei que tinha uma fila pra entrar no 268 (é, porque tem fila até pra pegar ônibus, né? Acho ridículo, mas tem!). Mas eu reparei a tempo e voltei pro final da fila. Se eu não reparo isso, ia ter confusão porque as pessoas levam essa fila muito a sério.
Finalmente consegui pegar o ônibus e cheguei no trabalho, obviamente, muito atrasada, mas limpa, arrumada, fresquinha, com o cabelo no lugar, de bom-humor e achando muita graça da minha patetice!