quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Deu branco

(Escrevi este texto no 5o período da faculdade. Gosto dele. Ou melhor, gostava. Lendo agora me parece péssimo, mas na falta do que postar...)

Deu branco

Na faculdade, o professor mandou fazer uma redação sobre “prova com consulta”. E o que eu poderia escrever sobre isso? Fiquei mais de vinte minutos pesquisando e pensando, olhando para os lados e vendo todos os meus colegas escreverem e, eu, com a minha página vazia. Deu branco.

Poderia abordar este assunto de várias formas, mas não sei como. Por exemplo, poderia dizer o que eu acho deste tipo de prova. É verdade que na hora do sufoco, normalmente numa sexta-feira depois de uma semana inteira de provas, uma “cola programada” ajuda bastante. Mas às vezes complica muito. Quando eu tenho sete ou oito textos com vinte páginas cada e tenho que fazer uma questão ou duas, por onde eu começo? E quando eu tenho que escrever sobre um tema reflexivo (como os professores gostam de dizer) e com mil páginas para consultar?

Às vezes eu sinto saudade do colégio e das provas de matemática, com aquelas fórmulas todas gravadinhas na cabeça, ou das provas de história, quando eu virava noites decorando tudo. A “cola” nunca foi meu forte. Sempre que tentava colar, parecia que eu estampava na minha testa algo como “professora, eu estou colando”, e ficava tremendo, com as mãos geladas. E quando a prova era em dupla, parecia que tudo mudava. O fato de ter outra pessoa fazendo a prova comigo me confortava. Mesmo que eu fizesse quase tudo sozinha, parecia que eu estava em segurança. E se desse tudo errado, a culpa não era só minha.

O fato de poder consultar ou conversar com alguém sobre o que se escreve, dá a sensação de segurança. Às vezes o que se lê apenas confirma o pensamento. E às vezes nem é necessário consultar.

A consulta facilita também a vida do professor, que não tem que ficar vigiando a turma, procurando por algum indício de cola. Qualquer papel que caia no chão já é motivo de um olhar atravessado.

Além disso, com cola ou sem cola (ou com consulta ou sem consulta), uma prova não demosntra o conhecimento de ninguém. Não é sempre que estamos bem, inspirados e tranqüilos. Cada um tem a sua vida, e seus problemas. E se a prova cai justamente num dia ruim? Ou se cai justamente aquele tema que não parecia “alvo” e não foi bem estudado? E perdemos um semestre inteiro de estudos e dedicação por causa de um dia, de uma prova. É um pouco injusto.

Mas apesar de tudo isso, prefiro ainda as provas com consulta. Mesmo que eu não consulte nada, parece que me sinto mais confortável para errar e não tenho aquele medo de... dar branco.

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